Com juro baixo, mais famílias saem do aluguel para financiar casa própria

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  • Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 08:37
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:19
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Apesar da situação favorável, especialista diz que antes de qualquer decisão, é preciso cautela

O cenário de juros baixos está movimentando o mercado imobiliário. 

Além de compradores e investidores mais animados e incorporadoras aumentando a quantidade de lançamentos, o crédito imobiliário mais barato permite que mais gente considere a compra da casa própria e troque o aluguel por um financiamento.

A cada redução de um ponto percentual na taxa de juros aplicada sobre o financiamento imobiliário de unidades de médio padrão (até R$ 300 mil), o número de famílias que conseguem comprar um imóvel sobe 20%, o equivalente a 800 mil possíveis novos clientes. 

Com taxas menores, o poder de compra aumenta e mais famílias conseguem comprar imóveis de maior qualidade, mostra simulação da Abrainc (Associacão Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias).

O mesmo ocorre nos imóveis populares. Para cada um ponto percentual de queda nos juros cobrados por bancos e financiadores, o número de famílias aptas a fazer a aquisição aumenta 16%, crescimento que equivale a 2 milhões de potenciais novos compradores.

Qual a mudança nas parcelas mensais?  Considere um imóvel de R$ 200 mil, que vai ser financiado por 30 anos. 

No primeiro semestre de 2016, quando a taxa Selic estava em 14,15% ao ano e com a TR (Taxa Referencial) de 0,15% ao mês, as parcelas mensais ficavam na faixa de R$ 2.590.

No segundo semestre de 2019, com a Selic entre 5,5% e 4,5% ao ano e a TR zerada, os juros médios caíram para 7% e a parcela mensal ficou menor: R$ 1.580, segundo simulação feita pela fintech de crédito imobiliário CrediHome.

Para que tipo de imóvel essas contas funcionam? Para os vendidos na planta e também para os que já estão prontos. 

Segundo Bruno Gama, à frente da CrediHome, o contexto de juros baixos tem estimulado que pessoas troquem o aluguel por um financiamento de imóvel já pronto, que permita mudança imediata.

“Antes a comparação eram dos R$ 1.500 de aluguel com uma parcela de R$ 2.600 de um imóvel. Hoje, a comparação é entre a mesma parcela de R$ 1.500, mas uma serve para pagar o aluguel sem fim e outra para comprar um imóvel que vira patrimônio pessoal”, relaciona Gama. 

Para ele, esse é um cálculo que tem sido feito pelas famílias.

O estoque de imóveis: Não são só os novos lançamentos das incorporadoras que estão movimentando o mercado imobiliário. 

Segundo Gama, os estoques que não foram vendidos de 2015 para cá voltaram às ofertas das incorporadoras e ao radar dos interessados na compra de imóveis.

É hora de comprar então? Antes de qualquer decisão, é preciso cautela. Gama sugere atenção aos seguintes pontos:

  • Não assuma uma parcela mensal maior que o equivalente a 1/3 de sua renda.
  • A taxa de juros vai depender do seu score de crédito (medida prevista pelo cadastro positivo), da capacidade de pagamento e do fato de você já ter (ou não) outras compras financiadas.
  • Cheque o preço médio de imóveis parecidos com o que quer comprar – considere a metragem, a localização e o tipo de condomínio.
  • Nos casos de imóvel na planta, informe-se sobre a incorporadora e a construtora.
  • Nos casos de imóvel já pronto, lembre-se de checar o IPTU para saber se existe alguma dívida ligada ao proprietário.

  • *6Minutos

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