Cientistas alertam para uma linhagem ainda mais contagiosa do coronavírus

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de maio de 2020 às 22:43
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:41
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A mutação tem uma alteração na proteína spike, parte que o vírus utiliza para invadir células humanas.​

​De acordo com um artigo publicado na revisa científica bioRxiv, há uma nova linhagem do coronavírus que parece ser ainda mais contagiosa do que a inicial, que causou a pandemia de Covid-19. 

Chamada de D614G, a mutação tem uma alteração na proteína spike, parte que o vírus utiliza para invadir células humanas.

“O D614G está aumentando em frequência a uma taxa alarmante, indicando uma vantagem de aptidão em relação à tensão original de Wuhan que permite uma propagação mais rápida”, diz o estudo, liderado por uma equipe do Laboratório Nacional de Los Alamos, nos Estados Unidos.

Os cientistas analisaram 6 mil amostras de todo o mundo para descobrir que a cepa em questão era a dominante.

“A história é preocupante, pois vemos uma forma mutada do vírus emergindo muito rapidamente e, durante o mês de março, se tornando a forma pandêmica dominante”, escreveu Bette Korber, principal autora do estudo e bióloga computacional.

Contudo, há quem discorde que a linhagem é capaz de se disseminar mais rapidamente devido à alteração no spike. 

Bill Hanage, professor associado da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, afirmou que “essa variante pode ter tido sorte e foi apresentada a lugares fora de Wuhan e a diferentes abordagens do distanciamento social desde o início”. 

Ou seja, para ele, a D614G não se espalhou por suas características, mas sim por puro acaso. “Não se trata do vírus, é do meio ambiente e das oportunidades de transmissão”, acrescentou Hanage .

Vale destacar que o estudo do Laboratório Nacional de Los Alamos ainda não foi revisado por pares, método que garante a validade do resultado.

Isso tem acontecido com frequência por se tratar de um cenário emergencial, mas a pressa pode ocasionar distorções da ciência pelo público que leva um artigo como esse como verdade absoluta.

“Esta é, sem dúvida, uma questão complicada, e uma sobre a qual aprenderemos mais. Mas, no momento, existem maneiras melhores de combater a pandemia do que se preocupar com diferentes tipos de vírus”, finalizou Hanage.

Veja a notícia original aqui.


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