Chegada do irmãozinho pode acarretar ciúmes e insegurança no primogênito

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  • Publicado em 2 de janeiro de 2018 às 12:50
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:30
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É comum que os filhos mais velhos tenham reações agressivas à chegada do caçula, mas pais podem ajudar

​Você descobriu que está grávida. Depois de toda a emoção que envolve a descoberta, é hora de começar os preparativos. E são tantas coisas que precisam ser feitas e tantas transformações que vão acontecer naturalmente que família toda acaba entrando na dança. No entanto, se existe alguém que fica perdido nessa história, é o filho mais velho. Até então, ele era o foco de toda a atenção e, de repente, o corpo da mãe começa a mudar e só se ouve falar de um bebê que vai chegar e alterar toda a sua rotina. E esse sim, merece todo o cuidado e paciência nesse momento. 

Só que nem sempre os primogênitos veem a situação desta maneira. É comum os mais velhos terem reações agressivas em relação ao “pequeno intruso” ou resgatarem comportamentos de etapas pelas quais já passaram, como querer chupeta e fralda novamente. A situação, por mais conflituosa que pareça, é natural e deve ser trabalhada no dia a dia. “O nascimento de um irmãozinho surge como uma ameaça de perder o amor e o carinho de seus pais, já que até agora todas as atenções eram voltadas para o filho mais velho. Além de compartilhar os cuidados básicos, ele terá que dividir a atenção das figuras mais importantes de sua existência. A partir daí podem surgir insegurança, ciúmes e agressividade”, afirma a psicóloga Larissa Brito.

A administradora de empresas Eliana Porto Ribeiro, 36 anos, presenciou pouca agressividade de sua filha Elisa, três anos, em relação à caçula Mariana, oito meses. Uma das raras passagens de que lembra foi uma vez que a mais velha deu um empurrão forte na bebê. “A Mariana caiu e a Elisa levou um susto, não sabia o que fazer”, conta. O problema enfrentado na família foi a regressão da primogênita. “Ela queria mamadeira, chupeta. Percebemos que para isso passar, tínhamos que agir com ela como antes, de acordo com a idade dela, e fazê-la perceber que continuava sendo especial para a mamãe e o papai”, diz.

A psicóloga afirma que essa fase é superada naturalmente com diálogo e compreensão, e aprova a atitude de Eliana. “O sentimento de insegurança é minimizado quando fica claro que o ‘posto de primogênito’ não está ameaçado”, pondera. Além de reafirmar o espaço do irmão mais velho, ela sugere também que a rotina do primogênito seja alterada o mínimo possível. 

Cuidados necessários

Larissa dá algumas dicas para evitar atritos entre o filho mais velho e o caçula: durante a gestão, estimule o primogênito a tocar sua barriga e demonstre carinho por essa interação entre ele e o filho que ainda nascerá; inclua o mais velho na preparação para a chegada do bebê: mostre as roupinhas quando começar a montar o enxoval e peça a opinião dele em relação aos objetos do quarto, por exemplo; diga que precisará de sua ajuda nos cuidados com o caçula, que será pequenininho e necessitará de atenção, assim como aconteceu com ele quando era recém-nascido; reforce que gosta da fase mais avançada pela qual ele passa, que é uma vantagem poder contar com uma criança com suas qualidades nesse momento de mudança; seja tolerante com as possíveis reações negativas, mas sem perder o controle da situação; mantenha atividades e brincadeiras para serem feitas exclusivamente com o filho mais velho. O espaço dele dentro da rotina da família deve ser preservado; evite mudanças significativas, como troca de escola e retirada de chupeta, mamadeira ou fralda; elogie atitudes positivas.