Bancos privados aprovam só 0,34% dos contratos em nova modalidade do Fies

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 16 de agosto de 2018 às 20:14
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:56
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Programa ofereceu 75 mil vagas, mas apenas 256 contratos foram efetivamente assinados

De um total de 75 mil
contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para candidatos com maior
renda, disponíveis no primeiro semestre, apenas 256 foram efetivamente
assinados.

Essas vagas se referem ao chamado P-Fies, modalidade que
entrou em vigor neste ano a partir do novo formato do programa de financiamento
estudantil, e são negociadas diretamente pelos candidatos com os bancos, que
assumem o risco de uma eventual inadimplência.

A outra modalidade do Fies,
custeada pelo governo federal e pelas instituições privadas, é destinada a
candidatos com renda mensal por pessoa da família de até três salários mínimos
– o P-Fies eleva esse teto para cinco salários.

De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE), autarquia do MEC responsável pelo financiamento, já era
esperado um “perfil mais conservador” da parte dos bancos. “Como
qualquer novo programa, é necessário aguardar um período de adaptação e
maturidade tanto da política quanto de quem se beneficia”, afirmou em
nota.

O Ministério da Educação participa como um fomentador
junto aos agentes financeiros, mas não interfere na concessão do financiamento,
pois a análise e o risco do crédito são de responsabilidade deles, processo que
abrange desde a definição das condições do financiamento, garantias exigidas,
forma de pagamento e vai até a definição da taxa de juros, explicou o FNDE.

Juros zero

Também houve sobra de vagas
destinadas aos estudantes de menor renda: dos 80 mil contratos disponíveis com
juro zero, 44.518 (55,6%) foram assinados no primeiro dia do semestre. Segundo
o FNDE, outros 12.453 candidatos selecionados escolheram iniciar o financiamento
apenas no segundo semestre – devido ao calendário de aulas, esses estudantes
começaram o curso muito atrasados.

O novo formato do Fies foi
motivado pela alta inadimplência do modelo anterior: de acordo com o governo
federal, o atraso para quitar o financiamento chegou ao índice de 61% dos
estudantes, gerando um “ônus fiscal” da ordem de R$ 32 bilhões em
2016.


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