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Mais de 1,6 mil funcionários públicos estão recebendo vencimentos parcelados
O salário de mais de 1,6 mil servidores municipais de São Sebastião do Paraíso está atrasado ou sendo pago parcialmente há alguns meses. Segundo a prefeitura, o atraso nos vencimentos é em razão da falta de repasses do Governo do Estado, que gerou uma dívida de mais de R$ 22 milhões.
Para tentar minimizar os danos, a prefeitura já havia publicado um decreto de contenção de gastos. Segundo a secretária de Planejamento e Gestão de Pessoas, Adriana Roséri Franco, diz que a medida prevê uma economia média de R$ 300 mil aos cofres públicos, o que ainda não é suficiente para pagar os salários atrasados.
“Se a gente não receber os recursos que são de direito do município, que são previstos na Constituição, como o ICMS, não é possível a gente, só com economia, equalizar essas contas”, afirma.
Ainda conforme a secretária, medidas para economizar vinham sendo adotadas desde abril e previam, inclusive, o pagamento do 13º salário, o que não será possível.
“Desde abril, a gente já tem adotado algumas medidas. A gente vinha mantendo a folha de pagamento em duas datas, dia 10 e dia 20 de cada mês, escalonado. Tinha um planejamento que estava estudado para ir até o final do ano e que seria possível até iniciar o pagamento de 13º salário, mas no segundo semestre passou ater retenção de verbas estaduais de ICMS e Fundeb. Isso descontrolou completamente nosso planejamento”, explica.
A auxiliar de serviços públicos Eva Marqueti é uma das que teve o salário afetado por conta da falta de repasses do Governo à prefeitura. Em entrevista à EPTV Sul de Minas, afiliada da Rede Globo, ela conta que chegou a atrasar o pagamento de três contas de energia e, em um acidente, teve parte da casa incendiada após acender uma vela.
“De noite eu levantei para ir ao banheiro e estava muito escuro. Peguei uma vela, coloquei em cima da geladeira, fui tomar água, fui ao banheiro e deitei. Fui deitar e acabei pegando no sono. Mais ou menos uma hora da manhã, escutei um estralo, fui ver o que era e minha geladeira já estava em chamas”, conta.
O quarto e a cozinha da casa ficaram destruídos, mas ninguém chegou a se ferir. Agora, Eva vive de doações de vizinhos e amigos.
A equipe de reportagem também entrou em contato com o Governo do Estado para obter um posicionamento sobre a dívida com a prefeitura de São Sebastião do Paraíso, mas não obteve retorno.