Ar poluído aumenta o risco de aborto espontâneo, alerta novo estudo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de janeiro de 2019 às 19:02
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:19
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Os resultados revelam que altos níveis de um poluente chamado dióxido de nitrogênio aumentam o risco em 16%

Mulheres grávidas expostas a altos
níveis de poluição atmosférica, mesmo que por um curto espaço de tempo, correm
um risco significativamente maior de sofrer um aborto espontâneo, em comparação
a quem respira ar puro.

As conclusões são de um novo estudo
da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, publicado no mês passado na
revista científica Fertility and Sterility.

Os resultados revelam que altos níveis de um poluente
chamado dióxido de nitrogênio (NO²) aumentam em 16% o risco de aborto espontâneo.
Produzido pela queima de combustíveis fósseis, o NO² é um gás bastante
presente em diversos lugares poluídos em todo o mundo.

Estudos anteriores já haviam
analisado o risco de aborto em casos em que a exposição à poluição é
prolongada.

Mas essa é a primeira vez que um
estudo é publicado com análise de exposição por um curto período. “Notei
um padrão aparente entre a perda do bebê e a qualidade do ar e, por isso,
resolvi investigar a fundo”, disse Matthew Fuller, um dos autores do
estudo.

Na verdade, diz Fuller, respirar
ar muito poluído por um curto tempo no primeiro trimestre da gravidez gera o
mesmo perigo de perda do bebê do que fumar tabaco.

A pesquisa analisou casos de aborto
entre 2007 e 2015 e envolveu 1.300 mulheres do estado norte-americano do Utah.
Os investigadores examinaram o risco de aborto num período de três a sete dias
após a ocorrência de picos de concentração de poluentes do ar na região.

Todavia, e de acordo com os autores
das experiências, os resultados são transversais para outros locais.

Para
efeitos da pesquisa, as mesmas mulheres foram analisadas em diferentes momentos
da gravidez, de modo a excluir outros fatores relativos ao risco de perda do
bebê, como idade da mãe ou estresse, por exemplo.

Como analisou casos retrospectivos, o levantamento não
foi ainda assim capaz de analisar a idade do feto no momento do aborto,
portanto não conseguiu apontar em que momento o feto fica de fato mais
vulnerável à poluição.

A
investigadora Claire Leiser, que coordenou o estudo, reconhece que os
resultados são um retrato restrito do problema e afirma que a questão necessita
de ser analisada mais a fundo.


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