Apartamentos e casas mais baratos puxam venda de usados no Estado de SP

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  • Publicado em 28 de setembro de 2018 às 17:38
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:03
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É o terceiro mês seguido que a pesquisa CreciSP registra crescimento de vendas no Estado

Os mercados de imóveis usados e de locação residencial no Estado de São Paulo não foram afetados pelas férias de julho, ao contrário do que se espera para um mês em que muitas famílias, tradicionalmente, se dedicam mais ao lazer do que aos negócios. As vendas de imóveis usados cresceram 9,46% e a locação de casas e apartamentos aumentou 5,71% na comparação com junho segundo pesquisa feita com 967 imobiliárias de 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).

É o terceiro mês seguido que a pesquisa CreciSP registra crescimento de vendas no Estado, acumulando alta de 27,81% desde janeiro. No mercado de locação residencial, a alta de julho encerrou três meses seguidos de queda no número de unidades alugadas e fez com que os primeiros sete meses do ano registrassem saldo positivo de 8,03%.

“A crise econômica que ainda persiste estreita as opções e a renda das famílias e as induz a serem mais prudentes e racionais com seus gastos, o que implica em dar prioridade ao que pode mudar seu padrão e qualidade de vida de forma permanente e não temporariamente, como viagens ao Exterior ou estadias prolongadas em hotéis”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente em exercício do Cofeci.

A face visível da crise que achata os orçamentos familiares se fez presente em julho no padrão de valor dos imóveis mais vendidos no Estado, segundo Viana Neto. Ele ressalta que “os imóveis de menor valor, com preço final de até R$ 300 mil, foram os mais vendidos, representando 50,63% do total de vendas registradas pela pesquisa do Creci”.

A concentração nessa faixa de preço também se explica pela forma como que a maioria dos imóveis usados foi vendida em julho – 53,14% com pagamento à vista. As vendas feitas com financiamento de bancos somaram 40,88% e as feitas com pagamento parcelados pelos proprietários dos imóveis, 5,03% do total. Os negócios formalizados com cartas de crédito de consórcios imobiliários não chegaram a 1% (0,94%).

O presidente destaca também que o bom desempenho dos dois mercados não inflou os preços, “o que é justificável nesta situação em que muitos querem vender e poucos têm dinheiro para comprar ou assumir um financiamento bancário de longo prazo que exige, ainda, valor considerável como entrada para obtenção do crédito”.

O índice Crecisp, que mede o comportamento dos aluguéis novos e dos preços de imóveis usados negociados pelas imobiliárias pesquisadas nessas 37 cidades, registrou em julho queda de 2,21%, retração essa que chegou a 7,64% nos sete meses decorridos desde janeiro.

Apartamentos na liderança

A pesquisa que o CreciSP fez com 967 imobiliárias de 37 cidades mostrou que as vendas em julho foram maiores do que em junho em três das quatro regiões que compõem o levantamento – na Capital (+ 38,52%), no Interior (+ 20,43%) e no Litoral (+ 28,64%). Na região formada pelas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco, as vendas caíram 39,87% de junho para julho.

No conjunto das quatro regiões, as imobiliárias venderam mais apartamentos (53,46% do total) do que casas (46,54%). Os descontos médios concedidos pelos proprietários foram de 10,14% para imóveis situados em bairros de regiões nobres das cidades pesquisadas e de 8,82% para os de bairros centrais.

Campeões de locação

As 967 imobiliárias pesquisadas pelo CreciSP em 37 cidades do Estado alugaram um número maior de casas (51,87% do total) que de apartamentos (48,13%). O total de novas locações em julho foi maior do que em junho no Interior (+ 24,58%) e no Litoral (+ 0,5%). Houve queda de 6,98% na Capital e de 4,9% nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco.

Os campeões de locação residencial em julho no Estado – com 55,61% do total de novos contratos – foram os imóveis de aluguel mensal médio de até R$ 1.000,00. As casas e os apartamentos que ficam nos bairros mais centrais das cidades foram mais demandados – eles representaram 71,6% do total de novas locações, seguidos de longe pelos situados em bairros de periferia (20,84%) e pelos de bairros nobres (7,56%).

A pesquisa CreciSP também apurou que os donos dos imóveis concederam descontos médios de 11,4% para aqueles situados em bairros de áreas nobres, de 11,6% para os de bairros centrais e de 11,32% para os de bairros de periferia.

Fiador nos contratos

A garantia de pagamento do aluguel em caso de inadimplência dos novos inquilinos em julho foi dada principalmente pelo fiador pessoa física, presente em 52,55% dos contratos assinados nas 967 imobiliárias pesquisadas nas 37 cidades.

As outras formas de fiança usadas em julho foram o depósito de valor equivalente a três aluguéis (22,04%), o seguro de fiança (11,42%), a cessão fiduciária (1,43%) e a locação sem garantia (1,35%).

As imobiliárias acusaram em julho aumento da inadimplência, que chegou a 5,22% dos contratos em vigor. Esse percentual é 2,91% maior que o de junho, que foi de 5,07%.

Segundo a pesquisa CreciSP, casas e apartamentos foram devolvidos por inquilinos que desistiram da locação por motivos diversos (53,14% do total) ou por motivos financeiros (46,86%). Esse número equivale a 83,02% do total de novas locações contratadas em julho.

A pesquisa Creci-SP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo. São elas: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.


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