Analgésico alivia dor do parto de forma eficaz e reduz uso de peridural

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de setembro de 2018 às 16:59
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:00
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Quando o assunto é parto, o alívio da dor é questão importantíssima e pesquisa mostra eficácia de medicamento

Quando o assunto é
parto, o alívio da dor é questão importantíssima. No Reino Unido, o medicamento
geralmente usado nessa ocasião é a petidina – no Brasil, ele é mais conhecido
pelo seu nome comercial, o analgésico Dolantina. Por lá, cerca de 250 mil
mulheres recebem o remédio anualmente durante o trabalho de parto ativo, mas a
prática está sendo posta em xeque por pesquisadores da Universidade de
Birmingham (Inglaterra), que publicaram um estudo em agosto evidenciando a
falta de eficácia do medicamento.

Para chegar a essa
conclusão, eles analisaram o comportamento de 400 mulheres que deram à luz em
14 hospitais do Reino Unido entre maio de 2014 e setembro de 2016. Metade delas
recebeu o remédio de dose controlada injetável, e a outra metade, o
remifentanil, outro analgésico cuja dose é liberada aos poucos pela própria
paciente conforme seu nível de dor, mas que não é usado com frequência nessa
ocasião.

O objetivo dos
pesquisadores era saber quantas mulheres, ainda assim, pediriam a anestesia
peridural após receber os medicamentos.

O resultado: das 199
mulheres que receberam petidina, 81 (41%) partiram para a epidural, em
comparação com apenas 39 (19%) das 201 mulheres que receberam remifentanil PCA
– PCA é o dispositivo de liberação da medicação pela própria paciente. “Antes
da nossa pesquisa, já se sabia que cerca de um terço das mulheres que recebem
petidina são encaminhadas para a epidural devido ao alívio inadequado da dor”,
disse o pesquisador chefe Mathew Wilson, que completou: “Suas deficiências são
mais sérias quando comparadas a efeitos colaterais conhecidos, que incluem
sedação e enjoo”.

Brasil

E por aqui? “A condução
do trabalho de parto na Europa é muito diferente da que realizamos aqui no
Brasil”, explica a obstetra Heloisa Brudniewski. “Por lá, privilegia-se o parto
normal, por isso, entendo que o estudo revela uma preocupação com redução de
custos ao pesquisar o que é mais efetivo para evitar a anestesia”, afirma. A
médica também diz que o PCA não é uma prática brasileira.

De fato, a crítica que os
pesquisadores fazem à peridural é que, embora o alívio da dor seja altamente
eficaz, elas elevam a taxa de uso de instrumentos como fórceps ou
sucção, o que pode levar as mulheres a sofrer complicações de longo prazo e
precisar de internação prolongada após o nascimento.


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