Alunos de escola municipal de Franca criam projeto de lei na Câmara

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de setembro de 2019 às 21:27
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:51
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Alunos acompanharam a 34ª Sessão Ordinária na Câmara Municipal como parte do projeto Câmara Mirim

A Câmara Municipal de Franca recebeu uma visita especial na manhã da última terça-feira, 24 de setembro. Quinze dos 20 alunos do 5º ano A da Escola Municipal “Prof.ª Valéria Teresa Spessoto de Figueiredo Penna”, localizada no Parque Vicente Leporace I, acompanharam a 34ª Sessão Ordinária como parte do projeto “Câmara Mirim”, que vem sendo desenvolvido em sala de aula.

Eles estavam acompanhados da professora da classe, Maria Helena Santos dos Reis,
da diretora da instituição de ensino, Rosane Lourenço Eloy Cintra e da orientadora educacional da Secretaria Municipal de Educação, Olga Gilberti, que estava representando o secretário Edgar Ajax dos Reis Filho. A comitiva foi recebida pelos vereadores e pela coordenadora de cerimonial da Câmara, Maisa Grandizoli.

Uma das atividades do programa foi a elaboração de um projeto de lei. A proposta criada pelos estudantes solicita a instituição de cursos para alunos de escolas públicas nos bairros Parque Vicente Leporace e Jardim Portinari. Entre os cursos sugeridos pelos alunos, estão o de idiomas, música, teatro, robótica, mecatrônica, informática, programação de dados, criação de sites e de games e fotografia.

Maria Helena e a aluna Yasmin Gabrielly Silva, de 11 anos, utilizaram a Tribuna para apresentar o “Câmara Mirim” e o projeto de lei aos vereadores. “É com a política que a gente constrói o país, nossa vida e nosso futuro. Passar isso para as crianças é importantíssimo, para que elas saibam atuar na sociedade daqui a alguns anos, quando forem elas detentoras do poder”, opinou a professora.

“Após uma pesquisa, descobrimos que os alunos de escolas particulares têm acesso a cursos extracurriculares desde o primeiro ano. Já na nossa escola, não temos acesso a nenhum tipo de curso. Muitas crianças têm vontade de fazer cursos, mas não condições. Eles vão ajudar no desenvolvimento de crianças e adolescentes a concorrem com igualdade no mercado de trabalho futuramente. Espero que aceitem a nossa proposta e aprovem esse projeto”, explicou Yasmin. “Na minha opinião, iniciação política nas escolas deveria ser uma matéria curricular, pois temos visto a necessidade que as crianças têm de se posicionar e de entender o processo político. Espero que outras propostas como essa possam surgir em anos vindouros”, completou a diretora Rosane.

Os vereadores repercutiram o discurso de Maria Helena e Yasmin. Corrêa Neves Jr. (PSD) elogiou a iniciativa de formular um projeto de lei, mas esclareceu que os vereadores não são autorizados a legislar sobre temas intrínsecos ao Poder Executivo. “Essa é uma dificuldade que os legisladores possuem. As pessoas colocam a culpa no Poder Legislativo e falam que não trabalhamos, mas temos um problema legal. Não podemos obrigar o prefeito a fazer nada nem aprovar projetos que gerem despesas ao município. O Legislativo é limitado e deveria ter mais poder do que tem”, lamentou o parlamentar, acrescentando que os vereadores irão protocolar uma Indicação ao prefeito Gilson de Souza (DEM) para que ele apresente o projeto elaborado pelos alunos do 5º ano A.

Claudinei da Rocha (PSB) concordou, parabenizando a escola, os professores e estudantes. “Estamos à disposição. Temos a vontade, a visão e uniremos forças”, declarou. Já Adérmis Marini (PSDB) propôs que a diretoria da “Valéria Teresa Spessoto de Figueiredo Penna” se reunisse com um grupo que poderia disponibilizar os cursos aos alunos da escola gratuitamente. Della Motta (Podemos) criticou a falta de cursos de informática na instituição. “Ficamos tristes, pois já encontramos máquinas sem uso em centros comunitárias, quando há crianças precisando de computadores”, queixou-se. Marco Garcia (Cidadania) apoiou um maior investimento nas crianças do município e na inclusão digital.

Por fim, o coordenador legislativo da Câmara Municipal, Carlos Eduardo Evangelista, citou projetos de parcerias que a Casa de Leis deve iniciar em breve com as escolas de Franca, e colocou a biblioteca da Escola do Legislativo, que possui livros voltados ao público infantil, à disposição dos estudantes da cidade.


+ Educação