Alunos apontam queda na qualidade do ensino superior na pandemia

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 28 de julho de 2020 às 15:19
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:01
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Pesquisa ouviu em junho cerca de 955 universitários de instituições privadas em todas regiões do Brasil

​Uma pesquisa com alunos de faculdades privadas durante a pandemia mostrou que 53% aponta queda na qualidade do ensino oferecido no período. 

As horas semanais dedicadas ao estudo caíram em média pela metade, mas a maioria pretende continuar os estudos (72,8%) e prefere que a retomada de aulas, quando possível, seja inteiramente presencial (72%).

A pesquisa da fintech de financiamento estudantil PraValer, uma das maiores gestoras de crédito estudantil do país, ouviu entre 9 a 16 de junho cerca de 955 universitários de instituições privadas em todas regiões do Brasil. 

Os respondentes tinham de 18 a 28 anos e eram maioria eram mulheres (55%), reflexo da maioria feminina no ensino superior brasileiro. Todos eram, antes da pandemia, alunos de cursos presenciais.

A maioria dedicou aos estudos durante a pandemia cerca de 2 a 8 horas semanais (42,9%). Cerca de 20% dedicaram de 9 a 17 horas e 18% menos de 2 horas por semana. 

Os cursos presenciais tem, em média, 20 horas semanais de aulas. Cerca de 11% e 6% afirmaram dedicar durante a pandemia de 18 a 26 horas semanais e mais de 26 horas, respectivamente.

Entre os entrevistados, 72,8% pretendem renovar a matrícula no próximo semestre, cerca de 20% ainda não sabem e 5,7% não pretendem.

Cerca de 75,8% tiveram a primeira experiência da vida com ensino remoto durante a pandemia. E a mudança abrupta para o modelo pode ter refletido na preferência maior pelo ensino totalmente presencial, como era antes.

No total, 72% preferem que as aulas, quando retornarem, sejam 100% presenciais, 22% no modelo híbrido (que mistura ensino presencial e remoto) e apenas 5% totalmente à distância.

Entre os pontos negativos do ensino remoto apontados foram ausência de contato com colegas e professores (42,8%), local adequado para estudar (32,9%), falta de disciplina (31,15%) e plataformas de estudo ruins (26,3%).

Para os pesquisadores, os números refletem uma desconfiança dos alunos com o ensino remoto, provocada pela mudança brusca para o modelo.

Os alunos apontaram também melhorias que gostariam de ver na modalidade de ensino, principalmente didáticas (28%), como aulas mais dinâmicas, e na infraestrutura (18%), como as plataformas remotas utilizadas. 

Um quarto deles apontou ainda desconto nas mensalidades como medida que as universidades devem se atentar para melhorar o ensino remoto.

O principal ponto positivo do ensino remoto para os ouvidos foi o maior tempo para a família (37%), a possibilidade de estudar em qualquer lugar (34%) e em horários flexíveis (30%), além de redução nos valores da mensalidade nas instituições que o adotaram (22%).


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