Agrishow 2019 tem alta de 6,4% e encerra com R$ 2,9 bilhões em negócios

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de maio de 2019 às 23:35
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:32
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Setor de máquinas para irrigação foi o grande destaque, apresentando aumento de 35% nas vendas

A Agrishow 2019 fechou um
total de R$ 2,9 bilhões em negócios e superou em 6,4% o volume registrado em
2018, segundo balanço divulgado pelos organizadores do evento, encerrado na
sexta-feira, 03 de maio, em Ribeirão Preto.

Com movimento recorde,
durante cinco dias 159 mil visitantes passaram pela feira, uma das maiores em
tecnologia agrícola do país com 800 marcas em uma área equivalente a 52 campos
de futebol que acontece há 25 anos no interior de São Paulo.

O setor de irrigação foi o
que apresentou maior crescimento nas vendas, com uma alta de 35%. Máquinas para
grãos tiveram elevação em 5% e agropecuária, 4%. O segmento de armazenagem, por
sua vez, teve baixa de 13%.

De acordo com Pedro Estevão
Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas
(CSMIA), os altos e baixos têm relação com a disponibilidade de crédito para
financiamento aos compradores durante a Agrishow.

Na área de negócios internacionais, a
projeção é de que ao menos US$ 33 milhões foram firmados por meio de um projeto
em parceria entre a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos (Abimaq) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (Apex-Brasil). Montante 61% superior à última edição da feira
resultante de 52 rodadas de negócios entre representantes da Argentina,
Austrália, Chile, Colômbia, Etiópia, México, Nigéria e Peru.

“É uma
semente, abre-se um canal entre comprador e o vendedor e com isso novos
negócios nascem nos próximos meses”, disse José Veloso, presidente
executivo da Abimaq.

Presidente da Agrishow, Francisco Matturro ressalta que
a projeção de aumento, que levou ao volume esperado inicialmente pelos organizadores,
é superior às estimativas em relação ao PIB brasileiro, mas também destaca que
a difusão de conhecimento foi um dos grandes marcos da feira, com tecnologias
voltadas a ampliar a conectividade no campo.

Com 17 lançamentos, entre
sistemas voltados à agricultura de precisão, além de automatização de
colheitadeiras, a John Deere estima um aumento de 20% nos negócios em relação a
2018. “Essa é a visão da John Deere sobre o futuro da agricultura: a mais
eficiente conexão entre pessoas, máquinas, inteligência e tecnologia. Por isso,
encorajamos os produtores a adotarem tecnologia para estarem preparados para
enfrentar os desafios de hoje e de amanhã”, afirma o diretor de vendas da
empresa, Rodrigo Bonato.

Há sete anos na feira, a JCB
Brasil calcula um incremento de até 15% nos negócios em relação a 2018, tendo
como forte retroescavadeiras e pás carregadeiras. A empresa estima um movimento
de 2 mil visitantes no estande durante os cinco dias. “Cerca de 30% das
vendas totais da JCB global são voltadas para a agricultura e no Brasil, esse
número segue a mesma proporção”, informou, em nota. 

Crédito rural

Em meio ao clima de indefinição em relação ao anúncio do
próximo Plano Safra, esperado para junho, durante a feira a ministra da
Agricultura Tereza Cristina anunciou um adicional de R$ 500 milhões ao atual
programa para a compra de máquinas agrícolas diante de R$ 3 bilhões solicitados
inicialmente pelos representantes do setor.

Ainda
assim, o presidente da feira reconheceu um empenho do governo e destacou que
bancos privados e cooperativas ajudaram a alavancar as vendas. “O
agricultor continua plantando, colhendo, fazendo suas atividades, então nunca
vamos a Brasília discutir recursos para uma feira, isso é pensar de forma
egoísta. Vamos lá discutir o que é o recurso para o Plano Safra todo. Lembra
que este governo está administrando um orçamento que vem do governo anterior, o
orçamento deste governo somente vai ser feito em outubro”, afirmou
Matturro.

Entre os
bancos presentes na feira, a reportagem apurou que o volume de créditos
concedidos no evento superou a marca de R$ 1,2 bilhão.

O Banco do
Brasil estima ter destinado R$ 1 bilhão para as linhas Moderfrota e Investe
Agro. “O BB ofereceu boa estrutura de atendimento, com a participação de
mais de 200 funcionários à disposição dos clientes. Além da aquisição de
máquinas e implementos, oferecemos soluções inovadoras em consórcios e
seguros”, afirmou o gerente executivo de agronegócios do Banco do Brasil
Luciano Conte.

A Credicitrus espera atingir
R$ 200 milhões em recursos abertos a mais de mil cooperados, com destaque para
R$ 40 milhões destinados ao financiamento de veículos. “Viemos para a feira
otimistas. Tudo foi preparado para que os nossos cooperados tivessem um
atendimento especial, consultivo e que proporcionasse a eles a oportunidade de
poder contar com o melhor portfólio de produtos e serviços com as melhores
condições comerciais”, disse o diretor presidente executivo da
Credicitrus, Walmir Segatto.

O Santander não divulgou
números de financiamento firmados durante a feira, mas estima um movimento
superior a 200 pessoas por dia no estande. Uma linha de crédito alternativa aos
recursos do BNDES, com pagamento em até sete anos e juros mensais de 0,79%, foi
uma das principais demandas por parte dos produtores rurais.

“Os dias estão sendo bastante
intensos e são reflexo de uma nova estrutura de modelo no agronegócio
brasileiro: demanda forte por investimentos e, inclusive, por crédito a
recursos livres. Movimento até superior do que o do ano passado. Lançamos a
nova condição do CDC Agro e está tendo boa aceitação do público em geral”,
informou, em nota, o banco.


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