“A MÚSICA E OS MÚSICOS”

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 30 de setembro de 2019 às 16:50
  • Modificado em 29 de outubro de 2020 às 23:43
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Difícil imaginar uma voz mais suave que pudesse causar um impacto mais profundo. No território do R&B e do soul, a sonoridade elegante, contida e sofisticada de Sade marcou uma mudança paradigmática após décadas de domínio de Aretha Franklin, Tina Turner e outras cantoras formadas na tradição de blues e gospel. Mais ainda : a inclusão de ritmos de world music em Diamond Life levaria muitos artistas do Top 40 a fazer experiências sutis com ritmos latinos, caribenhos e outros sons exóticos.

O álbum abre com a calorosa bossa nova de “Smooth Operator”- um merecido sucesso mundial- e passa depois às românticas “Your Love Is King” e “Hang On To Your Love”. A interpretação desapaixonada de Sade algumas vezes é quase fria, mas o som aveludado de sua banda (também conhecida como Sade) transforma “I Will Be Your Friend” e “Why Can’t We Live Together” (antigo hit de Timmy Thomas) em músicas sedutoras.

Sua atração transcendeu classes, culturas, raças, idades e sexo. Com Diamond Life, tornou-se aceitável que um homem comprasse um álbum romântico sem que fosse apenas para impressionar uma mulher mas, também, para seu próprio deleite. A chave que abriu essa porta foi a voz de Sade. A mistura hipnótica de blues esfumaçado, jazz cintilante e pop sublime da cantora (na época com 25 anos) era absolutamente única.

O álbum foi sucesso imediato na Grã-Bretanha e seu lançamento nos Estados Unidos, em 1985, teve resultados semelhantes. Seriam vendidos seis milhões de cópias de Diamond Life, um recorde de vendas para o primeiro álbum de uma cantora inglesa.

Fontes : “1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer”- Robert Dimery

Revista da Música

Arquivo Pessoal de Dados

Foto: Divulgação

*Esta coluna é semanal e atualizada às segundas-feiras


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