Uma pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremesp), o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) e o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF) aponta que médicos e enfermeiros têm sido vítimas de agressão nas instituições públicas, como unidades de saúde e hospitais.
Dentre 6.832 profissionais ouvidos entre 17 e 27 de agosto deste ano, em várias instituições públicas municipais e estaduais, 70% dos médicos e 60% dos enfermeiros dizem que sofrem ou já sofreram agressões do público.
Já em relação à violência verbal, 90% dos enfermeiros e 47% dos médicos disseram que já foram vítimas.
A pesquisa apontou ainda que 21% dos enfermeiros e 18% dos médicos dizem já terem sido vítimas de violência física de pacientes, familiares e acompanhantes
Dentre as maiores motivações para as agressões, segundo eles, foram filas e demora no atendimento.
Lavínio Nilton Camarim, médico francano, que é presidente Cremesp, diz que a pesquisa fez um retrato do que acontece.
“Nós temos que fazer um diagnóstico preciso, saber que faltam profissionais e que os profissionais da saúde naquele momento estão sendo tão vítimas quanto os pacientes, um sistema que pode ser melhorado. Nós temos já lei tramitando no Congresso, esperamos a aprovação dessas leis, que protegem o profissional da área da saúde e também esperamos que os nossos governantes invistam mais na área da saúde, porque é o principal foco de problema, a falta de investimento e a precariedade da gestão”, afirma ele.
A secretaria de Estado da Saúde disse que, em caso de agressão, o profissional tem atendimento à disposição, inclusive psicológico, e que repudia qualquer agressão contra os profissionais.
A Secretaria Municipal de Saúde disse que também é contra a violência a qualquer profissional e que os serviços de atenção básica da capital estimulam a criação de vínculos com a comunidade, com conscientização contra a violência através dos conselhos de saúde.