70% dos médicos e 60% dos enfermeiros da rede pública dizem que sofrem agressão

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de setembro de 2018 às 09:16
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:01
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Lavínio Camarim, médico francano, presidente Cremesp, diz que pesquisa retrata realidade

Após serem vítimas de agressão, médicos e enfermeiros são ouvidos pelos conselhos

Uma pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremesp), o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) e o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF) aponta que médicos e enfermeiros têm sido vítimas de agressão nas instituições públicas, como unidades de saúde e hospitais.

Dentre 6.832 profissionais ouvidos entre 17 e 27 de agosto deste ano, em várias instituições públicas municipais e estaduais, 70% dos médicos e 60% dos enfermeiros dizem que sofrem ou já sofreram agressões do público.

Já em relação à violência verbal, 90% dos enfermeiros e 47% dos médicos disseram que já foram vítimas.

A pesquisa apontou ainda que 21% dos enfermeiros e 18% dos médicos dizem já terem sido vítimas de violência física de pacientes, familiares e acompanhantes

Dentre as maiores motivações para as agressões, segundo eles, foram filas e demora no atendimento.

Lavínio Nilton Camarim, médico francano, que é presidente Cremesp, diz que a pesquisa fez um retrato do que acontece.

“Nós temos que fazer um diagnóstico preciso, saber que faltam profissionais e que os profissionais da saúde naquele momento estão sendo tão vítimas quanto os pacientes, um sistema que pode ser melhorado. Nós temos já lei tramitando no Congresso, esperamos a aprovação dessas leis, que protegem o profissional da área da saúde e também esperamos que os nossos governantes invistam mais na área da saúde, porque é o principal foco de problema, a falta de investimento e a precariedade da gestão”, afirma ele.

A secretaria de Estado da Saúde disse que, em caso de agressão, o profissional tem atendimento à disposição, inclusive psicológico, e que repudia qualquer agressão contra os profissionais. 

A Secretaria Municipal de Saúde disse que também é contra a violência a qualquer profissional e que os serviços de atenção básica da capital estimulam a criação de vínculos com a comunidade, com conscientização contra a violência através dos conselhos de saúde. 


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