5G: rede de celular vai permitir já em 2019 velocidades de 1 Gbps

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de janeiro de 2018 às 23:30
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:32
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Tecnologia deve chegar em 2019 nos primeiros países e vai tornar internet mais rápida e facilitar conexão

Até o fim de 2017, a expectativa era de que o 4G já fosse a principal rede móvel no Brasil, mas o que faz empresários de telecomunicações esfregarem as mãos é a banda larga móvel de quinta geração, o 5G.

A chegada do 5G deve ocorrer em 2019. Até lá, países e multinacionais correm para deslocar o eixo das decisões em torno da rede que terá velocidades de download superiores a 1 Gbps (gigabits por segundo) e permitirá que robôs conversem entre si.

Ronan Dunne, presidente da Verizon, deu uma declaração durante o Mobile World Congress, realizado em San Francisco, nos Estados Unidos, que indica a expectativa e empolgação do setor com a chegada da nova tecnologia. “O 5G abre mais oportunidades do que a nossa sociedade jamais vislumbrou, transformando conectividade em possibilidades para todo mundo”, afirmou ele que atribui ao 5G uma injeção de US$ 12,3 trilhões na economia mundial e a criação de 22 milhões de empresas até 2025.

Ari Lopes, analista da consultoria Ovum, explica a origem da euforia. Se o 2G digitalizou a transmissão de voz, o 3G abriu as portas para a internet móvel e o 4G elevou a velocidade móvel, o 5G vai permitir:

– Altas velocidades de download

– Menor demora da conexão

– Mais “conversa” entre as máquinas

– “Divisão” da rede em pedaços para priorizar serviços que sejam mais importantes

A velocidade média da internet no mundo hoje é de 7,2 Mbps (megabit por segundo). O 5G vai subir o limite. Em testes de equipamentos que poderão ser usados no futuro, Verizon e Qualcomm chegaram a 1 Gbps, mais de 140 vezes as taxas atuais, medidas pela Akamai. Por outro lado, vai cair o tempo de resposta entre máquinas e serviços conectados.

De acordo com o gerente de radiodifusão da Anatel, Agostinho Linhares, “há uma infinidade de aplicações. Vai ter infraestrutura adequada para diferentes cenários, desde realidade virtual e agricultura de alta precisão até computação em nuvem, porque vai ser possível deixar as coisas na nuvem, como o processamento da máquina, e transmitir com alta velocidade para o dispositivo”, diz.

O 5G é para onde as operadoras móveis querem ir, concordam os especialistas. Até lá, as empresas trabalham na virtualização da rede (o gerenciamento dos servidores passa a ser feito por software) e investimento LTE melhor (o 4G vai servir como rede de apoio ao 5G).

O terceiro ponto é oferecer serviço de internet das coisas (IoT na sigla em inglês), que, no mercado, é uma das principais apostas para viabilizar o 5G. Hoje, as operadoras conectam as maquininhas de cartão, monitoraram caminhões e veículos, mas não há muita coisa além disso. A ideia é que o 5G ofereça ferramenta para conectar outras coisas a custos mais baixos.

Outra característica que a próxima tecnologia de conexão terá é o “slice network”, que permite alocar pedaços da rede para determinadas aplicações.

Para Dunne, da Verizon, os principais benefícios das soluções de IoT serão negócios entre empresas. O motivo, explica, é que as companhias usam as soluções de internet das coisas para gerenciar infraestrutura, monitorar veículos, otimizar uso de energia e fazer integrações entre máquinas e sistemas.

Padrão internacional

Até o sinal do 5G começar a ser captado por smartphones e drones, a rede vai passar por pelo menos duas rodadas internacionais de definições. No ano que vem, a União Internacional das Telecomunicações (UIT) define quais padrões de latência, transferência de dados e outros atributos uma rede deve apresentar para ser chamada de 5G.

Em 2019, a debate na UIT e na organização de rádio 3GPP será em torno das faixas de radiofrequência usadas.

E cada país já sinaliza o que mais lhe interessa. China, Japão e Coreia do Sul testam médias e altas frequências, capazes de transmitir altas velocidades de internet. EUA e Europa querem o mesmo, mas também apostam em baixas frequências, que cobrem regiões mais amplas sem precisar de muitas antenas.

Para 2018, a Anatel já planeja regulamentar novas condições de uso da faixa de 3.5 Ghz, que podem ser destinadas ao 4G e, quando a tecnologia estiver consolidada, ao 5G.


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